A segurança do paciente é um princípio inegociável em qualquer procedimento cirúrgico — e na medicina veterinária, não é diferente. Adotar protocolos estruturados é essencial para minimizar riscos, garantir a eficácia do procedimento e promover a recuperação saudável do paciente. Nesse artigo, vamos apresentar um checklist prático, com dicas valiosas e inspirado no modelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em práticas adaptadas à realidade veterinária para você aplicar na sua rotina cirúrgica.
1.Antes da Indução Anestésica – Garanta os pré-requisitos
Antes mesmo da sedação, é importante fazer uma conferência rigorosa com a equipe:
✅ Confirmar a identidade do paciente (nome, espécie, raça)
✅ Verificar o procedimento cirúrgico planejado
✅ Assegurar o consentimento do responsável/tutor (preferencialmente por escrito)
✅ Checar a preparação pré-anestésica como exames laboratoriais atualizados, jejum adequado, avaliação clínica recente
✅ Verificar a disponibilidade de materiais e equipamentos, incluindo monitor multiparamétrico, oxigênio, medicamentos e instrumentais esterilizados
Dica de ouro: Mantenha uma ficha anestésica impressa ou um tablet carregado com a ficha editável para registrar dados durante todo o processo.
2. Durante a Indução – Comunicação e Segurança em Primeiro Lugar
Ao iniciar o procedimento, alinhe todos os membros da equipe sobre:
- Funções atribuídas: quem será responsável por anestesia, instrumentação, tempo cirúrgico e apoio.
- Possíveis complicações e plano de ação em caso de emergência.
- Administração de antibióticos profiláticos, se necessário — e sempre dentro do tempo adequado antes da incisão.
Observação: Seja objetivo, mas completo. Uma rápida conversa no estilo “briefing cirúrgico” evita falhas e promove coesão na equipe.
3. Durante a Cirurgia: Atenção aos Detalhes
Na hora da cirurgia é imprescindível confirmar a esterilidade de campos, instrumentais e aventais, monitorar constantemente os sinais vitais, como frequência cardíaca, respiratória, temperatura, oximetria. Além de evitar conversas paralelas, manter o foco e ter uma lixeira e recipiente de materiais perfurocortantes visíveis e de fácil acesso. Também, ter foco total durante o ato cirúrgico reduz os riscos de contaminação e falhas humanas.
4. Antes de Encerrar: Uma checagem final é essencial
Antes de finalizar o procedimento é importante fazer a contagem de compressas e instrumentos para garantir que nada foi deixado dentro do paciente, revisar a ficha cirúrgica e anestésica preenchendo todos os dados relevantes. Planejar os cuidados pós-operatórios imediatos, como administração de analgesia e antibióticos, e encaminhamento à recuperação anestésica com vigilância ativa.
Lembrete: Um checklist rápido evita omissões importantes, especialmente quando a cirurgia se estende.
5. Após o Procedimento: Registro e Comunicação com o Tutor
- Registre o procedimento em prontuário clínico de forma clara e objetiva.
- Informe o tutor sobre o andamento da cirurgia, recuperação e cuidados em casa.
- Oriente quanto aos sinais de alerta no pós-operatório, como sangramentos, apatia ou febre.
Lembre-se que um bom pós-operatório começa com a informação clara e empática ao tutor.
A aplicação de um checklist cirúrgico veterinário não é um excesso de zelo — é uma ferramenta de segurança indispensável, principalmente se você está no início da carreira. Adotar o hábito do checklist cirúrgico desde cedo é um diferencial enorme na sua formação. Incorporar essas práticas à rotina cirúrgica traz mais confiança à equipe, reduz riscos operatórios e melhora o prognóstico dos pacientes de quatro patas.
Simplesmente perfeitoooo!! Segurança e responsabilidade é tudo.
ResponderExcluirMuito importante matérias como essas, nos atentam como um simples sintoma ou comportamento diferente, pode mascarar algo importante nos nossos Pets. Maravilhosa matéria.
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