A Internet das Coisas (IoT) na veterinária já não é mais promessa: é realidade no cuidado com animais de companhia e na pecuária de precisão. Dispositivos conectados fornecem dados contínuos, apoiando o médico-veterinário em decisões mais rápidas, diagnósticos precoces e no bem-estar animal.
Neste artigo, apresentamos os principais dispositivos disponíveis para cada setor, suas vantagens e uma visão de mercado para orientar profissionais e estudantes.
IoT em Pets: saúde e bem-estar em tempo real
Dispositivos mais usados
- Coleiras inteligentes (GPS + acelerômetro): monitoram atividade, gasto energético, padrões de sono e localização (geofencing).
- Caixas de areia inteligentes: registram peso do gato, frequência e duração de micções/defecações, auxiliando na detecção precoce de doenças urinárias e renais.
- Comedouros e bebedouros automáticos: controlam a ingestão alimentar e hídrica de forma individualizada, prevenindo obesidade e auxiliando em dietas terapêuticas.
Benefícios para a clínica
- Monitoramento objetivo de prurido, ingestão e atividade.
- Detecção precoce de alterações comportamentais e fisiológicas.
- Segurança com alertas de fuga ou alterações abruptas na rotina.
IoT na Pecuária: da saúde individual ao desempenho do rebanho
Principais tecnologias IoT
- Colares e brincos inteligentes: identificam cio, ruminação, ingestão e alertas de saúde.
- Bolus ruminais: monitoram temperatura e pH internos, detectando febre, estresse térmico e distúrbios digestivos antes de sinais clínicos evidentes.
- Sensores ambientais e de localização: rastreiam deslocamento, acesso a água e condições do pasto.
- Prototipagem nacional (Embrapa/UFMS): sensores auriculares para febre e estresse térmico, adaptados à realidade tropical brasileira.
Vantagens práticas
- Sanidade: identificação precoce de mastite, febre e distúrbios metabólicos.
- Reprodução: detecção assertiva de cio, melhorando taxas de concepção.
- Eficiência: otimização da mão de obra e da tomada de decisão no manejo.
Mercado: crescimento acelerado
Setor Pet
Mercado de dispositivos inteligentes movimenta cerca de US$ 3,6 bilhões em 2024, com previsão de crescimento anual de 13–14% até 2031.
Pecuária
Soluções de monitoramento devem saltar de US$ 4,9 bilhões em 2025 para US$ 8,5 bilhões em 2030 (CAGR ~11,8%).
Forças de expansão
- Demanda por bem-estar animal e rastreabilidade.
- Redução de custos de sensores e redes (LoRaWAN, 5G).
- Pressão por sustentabilidade e eficiência no agronegócio e no mercado pet.
Desafios e pontos de atenção
- Conectividade: áreas rurais ainda sofrem com baixa cobertura de 4G/5G, exigindo soluções híbridas.
- Acurácia dos dados: falhas em pareamento ou perda de sinal podem gerar ruídos na análise.
- Integração clínica: sem dashboards unificados, o valor dos dados diminui.
- LGPD e ética: informações de geolocalização e dados sensíveis devem ser protegidos, com consentimento do tutor ou produtor.
O que vem pela frente?
- Modelos preditivos: antecipando riscos de mastite, estresse térmico e doenças metabólicas.
- Integração total: dados de dispositivos diretamente nos prontuários eletrônicos de pets e dashboards de fazendas.
- Tropicalização da tecnologia: mais soluções nacionais, adaptadas à realidade brasileira.
A IoT está remodelando a prática clínica e o manejo produtivo. Cabe ao médico-veterinário apropriar-se dessas tecnologias, entender suas limitações e transformá-las em ferramentas estratégicas para a saúde animal e o desenvolvimento sustentável do setor.
Você já conhecia a internet das coisas ou já utiliza um dispositivo IoT? Deixe aqui seu comentário!


