Entenda sobre a doença de Potomac, uma ameaça silenciosa aos cavalos e os pontos de atenção sobre essa doença causada por uma bactéria.
A Doença de Potomac, também conhecida como Febre Equina de Potomac (PHF), é uma enfermidade infecciosa. Com os recentes surtos registrados no Brasil, vem ganhando cada vez mais destaque na rotina clínica veterinária. Causada pela bactéria Neorickettsia risticii , essa doença não contagiosa apresenta sinais clínicos resultados, com destaque para quadros de diarreia grave, febre alta e laminite. Neste artigo, vamos entender por que a doença de Potomac deve fazer parte do radar clínico e como essa doença não contagiosa mais potencialmente fatal é transmitida.
Porque os veterinários devem estar atentos:
Embora a PHF tenha sido descrita inicialmente nos Estados Unidos, ela é reconhecida como uma enfermidade presente na América do Sul. Alguns casos recentes, confirmados no interior de São Paulo e no sul do Brasil, mostram que a Doença de Potomac é uma realidade que exige preparo técnico e vigilância constante.
O avanço das técnicas de diagnóstico molecular, como o PCR em tempo real, permitiu identificar infecções de forma mais rápida e precisa, importante para o sucesso terapêutico e a redução de complicações como a temida laminite.
Ciclo biológico complexo:
O agente etiológico, Neorickettsia risticii , mantém-se na natureza por meio de um ciclo envolvendo trematódeos parasitas, caramujos aquáticos e insetos aquáticos, como efemerópteros e tricópteros. O cavalo é apenas o hospedeiro acidental, infectando-se ao ingerir insetos contaminados. Esse ciclo é complexo e silencioso, torna a prevenção um verdadeiro desafio, principalmente em propriedade próxima a áreas alagadas, rios e pastagens irrigadas.
Prevenção e atuação de forma eficaz:
Para os médicos veterinários é fundamental conhecer a epidemiologia local, identificar áreas de risco e orientar os criadores sobre práticas de manejo para minimizar a exposição a insetos aquáticos, como a redução de luzes artificiais à noite. Além de estar preparado para a realização de diagnósticos diferenciais rápidos, principalmente em casos de diarreia associada à febre.
PHF e o papel do veterinário na vigilância sanitária:
Com a presença do Potomac no território brasileiro, o veterinário torna um agente chave na vigilância epidemiológica. Sendo responsável por notificar casos suspeitos, coletar e enviar amostras adequadas para diagnóstico e participação em ações de educação sanitária com os criadores. Além disso, o compartilhamento de informações clínicas e epidemiológicas é fundamental para o mapeamento da distribuição real da doença e o embasamento de políticas públicas de saúde animal.
Diante da confirmação de casos da Doença de Potomac no Brasil, é importante que essa doença não seja mais ignorada na rotina clínica veterinária. Seu ciclo biológico complexo, os sinais clínicos inespecíficos e o potencial de causar complicações graves, tornam essencial o papel do médico veterinário na prevenção, diagnóstico e vigilância sanitária. Principalmente se for um médico veterinário, produtor rural ou profissional da área, compartilhe esse conteúdo e acesse o aplicativo do VetGuide para mais informações sobre equinos.
Responsável técnica: Dra. Simone Freitas CRMV-BA 1771